Em terras de Chat GPT, conteúdo próprio é luxo

*Jairo Goetz

Diretor da Nascimento Marketing de Conteúdo e Mídias

A pandemia nos mostrou que a tecnologia é fundamental na vida do homem moderno. Isso mesmo, moderno, pois é por meio dela que passamos a nos expressar muito mais. Claro, atrás de uma tela somos quem sonhamos ser, sem medo do receptor desta mensagem, por exemplo.

Cada vez mais precisamos provar para o outro, e até para nós mesmos, que somos mais evoluídos do que o indivíduo a nossa direita; e, claro, não ficar atrás do da esquerda. Ou seja, o mundo nos coloca em teste a todo o tempo.

A reboque da modernidade e com a vinda das ferramentas, como o Chat-GPT, perdemos um pouco do “eu acho”, do “na minha opinião” e passamos a nos “conformar” com o que a máquina nos diz. Não quero dizer que está é uma vilã, mas sim que ela pode ser utilizada para melhorar tudo aquilo em que nós acreditamos.

Um exemplo seria este meu ato de escrita, no qual, na realidade estou em frente a uma tecnologia, falando e esta por vez está digitando conforme o que digo. Isso mesmo, minha voz contra a funcionabilidade de uma máquina. E por mais tecnológico que isso pareça, ainda é necessário ter a minha voz para dar o comando para a inteligência do computador.

Saber utilizar os pontos fortes de uma tecnologia e unir com o seu conhecimento é a combinação mais assertiva nos dias atuais. Dias estes que, como disse antes, nos cobram 110% e precisamos entregar cada vez mais.

A evolução dos meios de comunicação sempre ocorreu sob o decreto de morte da técnica mais antiga, como por exemplo a televisão para o rádio, a internet para o jornal impresso, o e-book para o livro, e assim por diante. No entanto, nenhum destes canais morreu, adaptaram-se ao meio.

Mas o que fica no ar é uma sensação de que tudo está acabado. Matamos os profissionais da escrita, agora temos computadores que fazem isso sozinhos. Negativo! As experiências feitas com estas ferramentas promissoras mostram que ocorrem enganos, trocas e erros. Porque falta o humano – falta a sensibilidade do mortal – e a consciência do falível.

Em terras de Chat-GPT, conteúdo próprio é luxo. Quem está no mercado sabe o quanto vale o exclusivo, o tratamento diferenciado e a sensibilidade, indiferente o ramo ou tipo de negócio. Estes predicados são humanos, ninguém nos tira. Aos profetas do fim dos produtores de copywritings, eu afirmo, em alto e bom tom: sobreviverá quem tiver conteúdo próprio, ditado para a máquina, ou escrito de punho próprio.

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