O jornalismo vive
*Rodrigo Nascimento
Jornalista; coordenador de Imprensa, na Nascimento Marketing de Conteúdo e Mídias
Me desafiei a escrever sobre o jornalismo, no mês em que esta profissão é celebrada no Brasil. De imediato, peço licença aos escritores assíduos de artigos, pois eu, há alguns anos deixei de dar pitaco por meio de textos. No entanto, o jornalismo de opinião que vive em mim pede para se manifestar neste momento.
O jornalismo vive e está cada vez mais vivo, pulsando em nosso cotidiano. Embora muitos discordem disso, mas não consigo imaginar o mundo contemporâneo sem a figura do jornalista, muito menos sem a presença do sério jornalismo, sempre comprometido com a informação e o conhecimento.
À sombra das notícias falsas, inventadas com a intensão de confundir e prejudicar a democracia, o jornalismo vive e se revela pelas mãos de mulheres e homens que dedicam sua vida ao fazer da notícia.
E que fazer é este, meus amigos. O jornalismo reside no campo da experimentação, da investigação e apuração dos fatos. Por vezes, uma tarefa prazerosa de conhecer histórias de vida; missão com poder de transformar uma realidade, por menor que ela possa ser. Muitas vezes o jornalismo é a centelha de luz para uma vida escurecida na falta de oportunidade.
Em algumas situações é uma profissão de coragem. Sem medo de trazer a público as histórias de gabinete, as bravatas e negociatas que favorecem alguns, em detrimento do sofrer de todos os outros. Ser jornalista é não ter medo de ameaça. É andar na corda bamba o tempo todo e não se deixar iludir jamais.
Por muitas vezes, uma profissão de fé. Ser jornalista é estar sempre conectado ao mundo que nos rodeia. Ao sair de uma redação de jornal, o dia do jornalista nem sempre termina. Diversas vezes, logo em seguida recomeça. A notícia não tem hora para acontecer e o jornalismo precisa ser testemunha dela, para informar e orientar a comunidade. Jornalismo é tal como o sacerdócio: entrega, renúncia e dedicação. Fé na vida, na verdade e na capacidade de traduzir a realidade.
O jornalismo vive na esperança de um mundo mais humano, solidário e de oportunidades para todos. Vive na necessidade de comunicar a verdade, esclarecer fatos, indicar caminhos e possibilidades. Vive na expectativa de provocar a opinião pública ao debate, para desagradar o leitor e chamá-lo à participação.
Vive na atuação de profissionais dedicados, nós os jornalistas. É vida que vibra, sofre e chora. Comemora, festeja e reivindica. Protesta, contesta e grita. Jornalismo é vida, para além de uma missão, mas sim, uma oferta de utilidade pública que é necessária para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É cláusula pétrea para a cidadania e a manutenção da democracia. Para mim, jornalista, é motivo de orgulho, é meta e propósito de vida. Se não tivesse sido jornalista, certamente eu desejaria ser.